Sou um estranho no meio de vós,
e, por isso, minha boca se cala;
não entendeis uma palavra sequer
da língua que minh'alma vos fala.
Culpar a quem por isso?
talvez a mim, talvez,
as minhas falhas, fracassos,
minha origem, a pequenez.
Envelheci sem crescer,
sem fruto intelectual,
pobre na sensibilidade,
até sem estofo moral.
Enfim, no vosso tribunal sou réu.
O crime? tornar-vos infelizes;
dobro-me, pois, ao julgamento
e condenação, meritíssimos juízes!
Mas, se vós me inocentardes,
vos peço,imploro,rogo e clamo:
esquecei vossas mágoas, perdoai;
preciso de vós porque vos amo.
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