Ai de ti! Rio de Janeiro,
rainha brilhante de outrora,
mas, pelo capricho dos deuses,
prostituta barata de agora.
Tu te lembras do fulgor
do teu histórico passado?
Quando alguém te conhecia
e se quedava encantado?
Eras conhecida e notada
por tua beleza majestosa;
foste inclusive nomeada
como cidade maravilhosa.
Mas isto foi ontem,
hoje é outra a verdade;
perdeste honra e prestígio
e foi-se toda a majestade.
Já não és mais a rainha;
o rei te abandonou, afinal;
elegeu outra em teu lugar,
lá no planalto central
Perdeste toda a dignidade,
empobreceu a tua gente,
a nobreza foi-se embora
e tu ficaste decadente.
Teus filhos, lindos, elegantes,
de pele sempre bronzeada,
perderam toda proteção;
tomam, hoje, tiro e porrada.
A corte foi-se embora,
levou toda a nobre gente;
aqui ficaram o burguesinho
e os teus pobres somente.
Hoje, maltrapilha e suja,
pedes, chorosa, por favor,
sonhando em ter de volta
gala, fausto e explendor.
Mas é tarde, desgraçada!
és refém de vendilhões,
de gente fria e asquerosa
e deslavados cafetões.
Melhor seria que tu morresses
p'ra poder nascer de novo
com novas gerações
isentas das aberrações
do teu desgraçado povo.
RXJ-2010
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