segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Ai de ti! Rio de Janeiro

Ai de ti! Rio de Janeiro,
rainha brilhante de outrora,
mas, pelo capricho dos deuses,
prostituta barata de agora.

Tu te lembras do fulgor
do teu histórico passado?
Quando alguém te conhecia
e se quedava encantado?

Eras conhecida e notada
por tua beleza majestosa;
foste inclusive nomeada
como cidade maravilhosa.

Mas isto foi ontem,
hoje é outra a verdade;
perdeste honra e prestígio
e foi-se toda a majestade.

Já não és mais a rainha;
o rei te abandonou, afinal;
elegeu outra em teu lugar,
lá no planalto central

Perdeste toda a dignidade,
empobreceu a tua gente,
a nobreza foi-se embora
e tu ficaste decadente.

Teus filhos, lindos, elegantes,
de pele sempre bronzeada,
perderam toda proteção;
tomam, hoje, tiro e porrada.

A corte foi-se embora,
levou toda a nobre gente;
aqui ficaram o burguesinho
e os teus pobres somente.

Hoje, maltrapilha e suja,
pedes, chorosa, por favor,
sonhando em ter de volta
gala, fausto e explendor.

Mas é tarde, desgraçada!
és refém de vendilhões,
de gente fria e asquerosa
e deslavados cafetões.

Melhor seria que tu morresses
p'ra poder nascer de novo
com novas gerações
isentas das aberrações
do teu desgraçado povo.

RXJ-2010

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